Uma matéria de autoria da colaboradora Valéria Vilela, publicada na última edição deste jornal, a respeito da existência de um jacaré em um dos açudes do perímetro urbano de Guaxupé despertou a curiosidade de muita gente.
Como se sabe, os jacarés não fazem parte da fauna desta região, ou seja, esta região não é um habitat natural daquela espécie.
O local onde o animal se encontra inserido, ao longo dos anos, ficou conhecido popularmente como “Parque do Jacaré”.
Em 19 de maio de 2022, durante a realização de uma audiência pública, promovida pela Câmara Municipal de Guaxupé, na sede da instituição “Pró Carente”, o pesquisador, historiador e colaborador deste jornal, Wilson Ferraz, sugeriu que fosse engastada uma placa na entrada daquele parque, que se localiza em área da antiga Fazenda Moinho de Vento, reportando a história da introdução da espécie no município de Guaxupé, bem como o nome daqueles que, no ado, tiveram a iniciativa e a preocupação de introduzir jacarés na fauna guaxupeana, porém a sugestão não foi acatada pela istração municipal daquela época.
Origem do jacaré
Segundo consta dos arquivos dos pesquisadores e historiadores Maria Luiza Lemos Brasileiro e Wilson Ferraz, em 1965, um grupo de guaxupeanos, dentre eles os saudosos: Antônio Gabriel Isaac, Fernando Leite Ribeiro, José Cândido Borges, Manoel Antônio Ferraz de Araújo, Pedro José Vieira, que também era conhecido por Pedro Beia do Hotel Central, entre outros, após realizarem uma pescaria no Estado de Mato Grosso, trouxeram daquele estado da federação alguns filhotes de jacarés. Os animais foram soltos em açudes das fazendas Pereiras, então de propriedade de Manoel Gonçalves Ferraz; Aliança, de Mário Ribeiro de Araújo; São José, de Olavo Silva Barbosa e Moinho de Vento, então propriedade de Custódio Ribeiro Junqueira, o também saudoso Totó da Fazenda Bom Jardim.
No decorrer dos anos a área da Fazenda Moinho de Vento foi urbanizada, dando origem a vários bairros, dentre eles o Aroeira, Limoeiro, entre outros.
Dos jacarés que haviam sido introduzidos nas fazendas do município de Guaxupé o único que atingiu grande porte foi o da Fazenda Moinho de Vento, sendo que os demais tiveram desenvolvimento bem menor.
Não se tem notícias de que estes animais tenham procriado. Até no início dos anos 2000 eram vistos exemplares na Fazenda Pereiras, outros dois na Fazenda Aliança, outro na Fazenda São José e, finalmente o de grande porte nos açudes da antiga Fazenda Moinho de Vento, cuja área encontra-se atualmente totalmente urbanizada.
(Colaborou: Wilson Ferraz)
