O livro “A Arte da Guerra” chegara às minhas mãos naquele Outono de 1985 (transição de uma ditadura de 21 anos para essa democracia frágil que aí está!): como um presente do meu amigo Samuel de Assis Toledo, médico e filósofo. – E com uma recomendação: “Leia, pelo menos, umas quatro vezes!” O autor Sun Tzu foi um general, estrategista e filósofo chinês. É mais conhecido por seu tratado militar composto de 13 capítulos. Ele deixou escrito: que “A Arte da Guerra” é de importância vital para o Estado: uma questão de vida ou morte; um caminho tanto para a segurança como para a ruína. Assim, segundo ele, em nenhuma circunstância pode ser negligenciada. O mérito supremo consiste em quebrar a resistência do inimigo, sem ter que matá-lo. Acredito que se os chefes militares e políticos dos tempos de hoje tivessem lido e estudado essa obra genial, o Vietnã poderia ter sido diferente; os Estados Unidos não teriam sucumbido na Coréia; o caso dos reféns no Irã não teria sido um fracasso; as duas guerras mundiais teriam sido evitadas; o Bolsonaro não teria sido eleito presidente em 2018; e os Carlos Lupi não teria quebrado a Previdência Social por meio da roubalheira que atormenta os aposentados! Segundo Tzu, a “Arte da Guerra” é governada por cinco fatores constantes que devem ser levados em conta. São eles: A Lei Moral; O Céu; A Terra; O Chefe; O Método e a Disciplina. A Lei Moral faz com que o povo fique de acordo com seu governante, sem temer os perigos. O Céu significa o dia e a noite, o frio e o calor, o tempo e as estações do ano. A Terra compreende as distâncias (grandes e pequenas), campo aberto e desfiladeiros (oportunidades da vida). O Chefe representa as virtudes da sabedoria, sinceridade, benevolência, coragem e retidão de caráter. E deve-se compreender por Método e Disciplina a disposição em subdivisões adequadas.
Esses cinco fatores devem estar na mente de cada chefe. Quem os conhecer, será vencedor; quem não os conhecer, fracassará. Sun Tzu resume: Aquele que se empenha a resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas apareçam. – Não só li quatro vezes, mas continuo lendo para aprender! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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