O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E O PENSAMENTO PRESENTE

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Em 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu a Conferência das Na-ções Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. O evento ocorreu em Estocolmo, capital da Suécia, e a data de 5 de junho marcou o início da conferência que tinha como objetivo principal a discussão de questões ambientais e climáticas. Compareceram representantes de 113 países.
Esta foi a primeira conferência mundial para a discussão do chamado desenvolvimento sustentável. Outras semelhantes ocorreram em várias partes do mundo, nos anos seguintes. Inclusive no Brasil, com a ECO-92, em 1992 no Rio de janeiro. Vinte anos depois tivemos a RIO+20, acontecida em 2012, na mesma cidade.
Além dessas, desde 1995 vem acontecendo anualmente a Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A última delas, a COP-29, reuniu 198 países como partes integrantes da convenção, além de Orga-nizações Não Governamentais (ONGs) e observadores internacionais. E foi realizada em novembro do ano ado, em Baku, capital do Azerbaijão. A próxima Conferência das Partes, a COP-30, será realizada no Brasil, na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, em novembro do presente ano.
Ainda que tenham se ado 53 anos desde a primeira conferência mundial para dis-cutir questões ambientais e climáticas, temas que se conectam de forma muito intensa, nada temos para comemorar. De lá para cá a situação só piorou. As nações mais poluido-ras do planeta, que incluem os países mais ricos e desenvolvidos, poluem cada vez mais. As grandes economias se recusam a alterar suas matrizes energéticas, geralmente baseadas em uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural), inibindo o rápido desen-volvimento de outras fontes de energias limpas como a solar e a eólica.
O nosso país, que até recentemente era um dos líderes em ações positivas pela revolu-ção energética, com o etanol e o biodiesel, parece que teve uma recaída recentemente. O governo está tentando viabilizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Brasil, incluindo a foz do Rio Amazonas, este rio fabuloso que é um símbolo mundial da preser-vação ambiental. De acordo com ambientalistas, esta atividade representaria riscos imen-sos de mais um desastre ambiental de proporções catastróficas.
Pelo lado do Legislativo, em outra ação negativa, no último dia 21 de maio o Senado Federal aprovou a famigerada Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Projeto de Lei 2159/2021 ou PL da devastação), que busca flexibilizar totalmente o licenciamento, tor-nando-o menos rígido e colocando em risco a segurança ambiental no país.
Reforçamos então a afirmação de que pouco ou nada há para comemorar neste dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
Mas, enfim, problemas ambientais estão espalhados por todas as partes do planeta, com variados graus de gravidade. Podemos dar destaque especial para as regiões em guerra, onde não se destrói apenas os seres humanos e os bens materiais. Toda a natureza fica dizimada, dificultando a futura recuperação dos meios de sobrevivência. A guerra, por sinal, é a mais acabada demonstração de estupidez da raça humana.
Então, é importante que tenhamos plena consciência dos problemas, maiores ou meno-res, e que participemos de ações para sua solução. É preciso lutar principalmente para a sua prevenção.
Assim, devemos dedicar atenção especial aos problemas ambientais locais, dentro de cada município, dentro de cada célula que compõe esta nação. Se cada município resolver suas próprias questões, estará dando uma contribuição inestimável para a melhoria da vida na Terra.
Infelizmente todos os municípios têm problemas ambientais, mas devemos focar pri-meiramente nos nossos. Para ficar somente com os problemas de nossa cidade, podemos citar os principais: coleta e destino do lixo, poluição dos cursos d’água que cortam a cida-de e o a falta de tratamento do esgoto.

Detalhando cada um deles:
• Seria bastante salutar que o poder público conseguisse fazer todo o processamento do lixo recolhido aqui mesmo, dentro do município, promovendo a segregação na fonte, co-mo manda a lei (Lei 12.305 PNRS), fazendo coleta seletiva e o aproveitamento dos resí-duos orgânicos. Além, é claro, da destinação correta do lixo reciclável, evitando ao máxi-mo o descarte em aterros sanitários.
• A poluição e destruição dos cursos d’água, que aram a ser tão somente esgotos a céu aberto, lodo tóxico e sem vida, não precisam de solução urgente. Já precisaram um dia, no ado. Nos dias atuais é melhor que eles continuem assim, para despertar vergo-nha nos mandatários. Infelizmente até o momento não conseguiram. E o esgoto a céu aberto continua lá, sem solução.
• E o tratamento do esgoto gerado na cidade, assunto que vem se arrastando há vários anos, continua sem solução. Falta vontade política para resolver e a população, a única força capaz de mudar os destinos da cidade, tem se mantido alheia a este grave problema de saúde pública.
Poderíamos falar também de outros problemas ambientais, como já fizemos em outras oportunidades, ou seja, a questão da mobilidade, animais abandonados pelas ruas, erros e deficiências na arborização urbana, trânsito e outros mais. Mas hoje vamos ficar por aqui.
Assim, na busca do consenso, convocamos a população a refletir sobre esses graves problemas ambientais de nossa querida cidade. O primeiro o para sua resolução, sem dúvida, é a conscientização. Então, neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, convidamos a todos para um momento de reflexão sobre as questões que nos afligem como comunidade, já que são problemas comuns a todos os habitantes do município.
Se todos nós padecemos destes mesmos males, devemos aumentar o foco e a consci-ência sobre eles. O “pensamento presente”, citado no título deste texto, refere-se ao fato de estarmos plenamente conscientes sobre o momento atual, sem nos deixar levar por pensamentos sobre o ado e o futuro. Não adianta culpar os es de outrora nem esperar que os próximos mandatários resolvam os problemas de agora.
Se quisermos resolver os problemas atuais, nada melhor do que pensar sobre eles e agir de imediato. Aqui e agora!

Muzambinho, 05 de Junho de 2025
Instituto Pensamento Presente (IPEN)

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